Partido Comunista Portugu�s
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"O espaço partidário"
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
Sábado, 09 Outubro 2004

Há desde já algumas evidências na questão levantada pelo fim dos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Tal como o direito de Rebelo de Sousa a fazer as críticas que entenda não é sequer questionável, igualmente há que admitir que Santana Lopes tem todo o direito de se sentir incomodado com as que o atinjam. Tão incomodado quanto todas as outras figuras que, ao longo de quatro anos e meio, foram tema das dominicais presenças. É ainda aceitável que Santana Lopes se sinta mais afectado por tais comentários serem provenientes de um destacado militante do seu próprio partido.

Mas a verdade é que, exactamente por serem dirigentes destacados do mesmo partido, seria de supor que o PSD, mesmo sem ilusões de fraternidade que a sua história não autoriza, deveria constituir para Marcelo e Santana um espaço orgânico e democrático de diálogo e debate politicamente eficazes. Ora, o que se verificou foi que Santana Lopes decidiu recorrer não ao espaço partidário lógico, mas ao aparelho governamental e em termos de ameaça e conflito. E até se pode piedosamente não aprofundar se Paes do Amaral foi ou não objecto de pressões: bastam as declarações do ministro Gomes da Silva. Há aqui, pelo menos, duas evidências: a primeira é a do estado de funcionamento interno a que chegou o PSD; a segunda é o que pensa Santana Lopes sobre a resolução de divergências políticas até com os seus companheiros de partido.