Partido Comunista Portugu�s
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"A Guerra mata!"
Bernardino Soares na "Capital"
Quarta, 12 Março 2003
12 de Março de 2003

Vão soando com crescente insistência os tambores de guerra, acompanhados de uma intensa campanha de propaganda visando justificar a ofensiva em curso.

Durão Barroso junta também o seu tamborete ao generalizado rufar, ao afirmar que apoiará a acção dos EUA mesmo que seja unilateral, alinhando pela equipa dos arautos da guerra e coveiros do direito internacional.

Hoje está claro que a Administração Bush e os seus aliados não estão preocupados com o desarmamento do Iraque e com o ditador Saddam Hussein. Na verdade está em causa o controle das importantes reservas petrolíferas iraquianas (cuja exploração está já prometida a algumas empresas petrolíferas norte-americanas) e a ocupação de uma importante posição geo-estratégica naquela região. Ainda a anunciada guerra não começou e já se anunciam os futuros administradores do território iraquiano, nacionais e regionais.

É preciso não esquecer que, num passado que muitos tentam apagar, Saddam Hussein foi um importante aliado dos EUA de quem recebeu apoio e armamento (incluindo os célebres mísseis SCUD), tendo entretanto assassinado milhares de comunistas e outros oposicionistas e perseguido o povo curdo.

Desdobram-se os comentadores, nas análises dos cenários previsíveis. Em geral afirmam com frieza a sua preferência pelo cenário de rápida ocupação do território iraquiano, com poucas baixas entre os soldados norte-americanos e britânicos, o que evitaria maiores dificuldades junto das opiniões públicas dos respectivos países. Tal desenlace permitiria, segundo muitos destes analistas, dar um impulso à economia americana. Mas, independentemente da análise sobre os efeitos que a guerra terá na economia mundial e na economia nacional, há um outro aspecto que importa realçar.

Trata-se da profunda insensibilidade humana com que muitos falam de um acontecimento com a maior gravidade. Falam com a frieza de quem esquece (ou quer fazer esquecer) que a guerra mata, destrói e mutila; que a guerra tira a vida a milhares de homens, mulheres e crianças inocentes; que a guerra significa a destruição de cidades, vilas e aldeias, de fábricas e campos, e da riqueza e património de um país.

É nisso que pensam muitos dos que por todo o mundo, e em Portugal, defendem a via da paz, exigindo dos governos o respeito pela opinião dos povos. Por isso é justo dizer …

SIM À VIDA ! NÃO À GUERRA !