Partido Comunista Portugu�s
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Intervenção de Ilda Figueiredo no PE
Parceria estratégica União Europeia- Brasil/México
Quinta, 12 Março 2009
As mudanças que se vivem na América Latina deveriam impulsionar novas relações de cooperação com os seus países por parte da União Europeia, dando maior atenção aos aspectos sociais e culturais, ao apoio ao desenvolvimento num quadro de respeito mútuo pela diversidade de níveis de desenvolvimento e de escolhas políticas dos seus povos.

Infelizmente, esses são aspectos menores nas propostas que a União Europeia apresenta. Em geral, o seu principal interesse é económico, visando garantir os negócios dos maiores grupos económicos e financeiros europeus, situação para que organizações sociais, designadamente do Brasil, têm alertado, como podemos constatar na última deslocação ao Brasil da delegação parlamentar para o Mercosul.

Ora, num momento em que, por exemplo, no México, a maioria da população vive as consequências da grave recessão económica e onde a esmagadora maioria do sector bancário mexicano é controlado por estrangeiros, com destaque para os bancos europeus, é lamentável que a União Europeia continue a usar o seu acordo com o México mais como porta de entrada para os EUA do que para apoiar o desenvolvimento local e esteja a contribuir para a destruição das suas pequenas e médias empresas, do seu tecido produtivo, designadamente industrial, por causa da insistência no livre comércio, na liberalização dos sectores estratégicos e na mercantilização de bens essenciais como a água.

Impõe-se, pois, uma profunda alteração das políticas da União Europeia relativamente a acordos de parceria, de forma a dar prioridade à cooperação e ao desenvolvimento económico e social, contribuindo para a criação de empregos com direitos, progresso social, promoção dos direitos dos povos indígenas, defesa das suas florestas e da biodiversidade, com reconhecimento do direito soberano dos países da América Latina a serviços públicos de qualidade, ao controlo dos sectores estratégicos da sua economia e ao respeito pelas decisões das instituições que os seus povos escolheram.