Seminário
África - Desafios do desenvolvimento, do progresso social e da soberania.
A denúncia do neocolonialismo, outra visão para as relações com África
Vossa
Excelência «camarada Jerónimo de Sousa »Secretário-Geral do PCP;
Caros camaradas membros de Comité Central do PCP;
Ilustres convidados;
Camaradas, militantes.
É com grande emoção e
responsabilidade, que hoje mais uma vez respondendo a convite do PCP, Partido
comunista Português, este partido que apoio a nossa luta de libertação, e que
hoje continua ao nosso lado, dando-nos apoio em todos momentos da nossa vida,
seja qual for as circunstancias que nos assiste. Para em conjunto reflectirmos
sobre " Desafios do desenvolvimento, do Progresso social e da soberania de
África".
Caros camaradas estamos numa
encruzilhada os desafios de desenvolvimento são quase intransponíveis, porque o
colonialismo não implantou essa arvore a tempo de dar frutos no momento
oportuno, na vida, tudo se cultiva e se aprende, os valores democráticos são um
processo que é necessário cultivar, passando pela educação da população sobre
esses valores, se é verdade que ainda o ensino básico ainda não é de alcance de
todos, a nossa língua oficial não tem uma cobertura nacional. O processo de
socialização dos nossos povos é cada vez mais difíceis, devido a dificuldades
económicas resultantes da herança do colonialismo e da politica neoliberal
impostas pelas instituições financeiros internacionais, imposição de politicas
económicas desastrosas, de privatizações que não resultaram e que provocou
simplesmente o desaparecimentos de empresas que a apesar de dificuldades
funcionavam minimamente, taxas de juros a pagamento de créditos bastantes
altos, o desenvolvimento de Sector primário insignificante, os preços das
nossas matérias primas são muito baixas, quase oferecidas, para que falar de
outros sectores da economia. Com desmoronamento da antiga bloco socialista, as
bolsas de estudos quase desapareceram, os nossos países sem capacidade de
financiamento, a construção de instituições do ensino? qual será a nossa
capacidade de aquisição da ciência e tecnologia ferramentas indispensáveis para
o desenvolvimento humano.
Caros camaradas, a nossa luta de
libertação visava o progresso social condição indispensável para uma
independência económica, social e política, sinónimos da soberania.
No próximo dia 8 de Dezembro se
realizará a "Cimeira "EU/ÁFRICA", que esperamos que seja um marco histórico no
relacionamento entre o continente africano e europeu, sobre tudo que seja uma
Cimeira entre as pessoas e para as pessoas, que sirva para corrigir as
políticas neoliberais, que tem norteado o relacionamento entre estes dois
continentes.
Consequentemente, que serva para
criar mais escolas, valorização do ensino e educação, redução de taxas de
juros, valorização de matérias primas e produtos manufacturados em África,
aumento de investimento das empresas europeias em África, dando assim empregos
a milhares de jovens que todos os dias se aventuram a atravessar o oceano
Atlântico em perigosas pirogas, em procura de melhores condições económicas e
humanas, mínimas de uma sobre vivencia da raça humana.
A Europa confrontado com a crise da
peste negra partiu em procura dessas condições mínimas de vivencia social e
humana, sete séculos depois, o fluxo inverteu-se, mais criou relações de
amizade que todos nos orgulhamos, deixou-nos esta língua e traços culturas que
nos diferencia dos outros e nos aproxima.
Portugal empreendeu a segunda
globalização, com os descobrimentos, agora assistimos a esta terceira
globalização a mais cruel, de acumulação de capital, e sem piedade, sem ter em
conta o factor humano, será que a África, e as economias africanas estão
preparadas para este fenómeno do Século? Oxalá.
Caros camaradas pedimos a Europa e ao
mundo desenvolvido que os nossos diplomas e capacidades sejam valorizadas, ou
sejam reconhecidas, a palavra medico, engenheiro ao doutor estão proibidas,
delegando as nossas comunidade na imigração a empregos mal remuneradas, com
protestos de terem estudado em Cuba ou no antigo bloco soviético, mais também
há muitos que na Europa Ocidental terminaram os seus estudos e não conseguem
emprego nas suas especialidades por serem de outras raças.
Agora a Europa fala dos emigrantes
altamente qualificados da Europa de Leste e esquecem-se das nossas comunidades
africanas.
Amílcar Cabral, terminava sempre os
seus discursos com viva o PAIGC, força luz e guia do nosso povo.
Caros camaradas esta luz está quase a
fundir-se, por favor não deixemos esta luz fundir-se, porque não haverá energia
para guiar os nosso povos para os desafios de desenvolvimento e do progresso
social, consequentemente a perda da soberania.
A luta é difícil e será longa, mais
haveremos de triunfar.
Viva amizade entre os povos.
|