Na discussão sobre as Orientações orçamentais para 2010, Pedro Guerreiro interveio em plenário no sentido de exigir medidas urgentes face ao aumento do desemprego, das desigualdades sociais, da pobreza.
Face ao agravamento da crise da União Europeia e à ausência de qualquer medida objectiva e efectiva ao nível comunitário para lhe fazer face, o Parlamento Europeu - depois de ter dado o seu acordo, em Dezembro passado, a um Orçamento para 2009 inferior em cerca de 8 mil milhões (pagamentos) ao definido no Quadro financeiro para 2007-2013 - "deseja" agora que, para 2010, "o orçamento definitivo fique mais próximo destes limites superiores". Enfim, o mínimo dos mínimos que o Parlamento Europeu poderia dizer, no entanto é muito pouco.
Os limites orçamentais impostos no actual Quadro Financeiro, que restringe o orçamento comunitário a 1% do RNB comunitário, são claramente insuficientes para a concretização da propalada política de "coesão económica e social". Contudo, nem estes insuficientes limites são totalmente utilizados para este fim ou sequer cumpridos e muito menos cabalmente executados!
A contínua sub-orçamentação e sub-execução dos Fundos estruturais e de coesão - que registam um atraso de dois anos na sua implementação -, exige a adopção de um conjunto de medidas que garantam a execução destes meios financeiros, tanto mais, quando a União Europeia e as suas políticas neoliberais estão no epicentro das causas da actual crise económica.
Face ao aumento do desemprego, das desigualdades sociais, da pobreza, reafirmamos a necessidade urgente de, entre outras medidas:
- Reforçar os recursos financeiros para os Fundos estruturais e Fundo de coesão,
- Acelerar e assegurar a sua total execução,
- Aumentar a taxa de co-financiamento comunitário, e
- Anular a aplicação da regra N+2 e N+3 nestes fundos.
Assim como, a sua utilização para:
- A defesa do emprego com direitos e a valorização do poder de compra dos trabalhadores,
- Um efectivo apoio à pequena e agricultura familiar e às pescas,
- A defesa e desenvolvimento dos sectores produtivos de cada Estado-Membro, particularmente dos países da "coesão",
- O efectivo apoio às micro, pequenas e médias empresas e sector cooperativo.
Consideramos que o orçamento comunitário - baseado numa justa contribuição de cada país a partir do seu Rendimento Nacional Bruto (RNB) -, deveria dar prioridade a uma real convergência, fundada no progresso social e na salvaguarda e promoção das potencialidades de desenvolvimento de cada país, na utilização sustentada dos recursos naturais e na protecção do ambiente.
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