Partido Comunista Portugu�s
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Em defesa do serviço público postal - Deputados do PCP apresentam proposta de rejeição da liberalização dos serviços postais - Nota de Imprensa do Gabinete de Imprensa dos deputados do PCP no PE
Sexta, 13 Julho 2007
Os deputados do PCP ao Parlamento Europeu (PE) foram os únicos deputados portugueses a apresentarem uma proposta de rejeição à directiva da Comissão Europeia - liderada por Durão Barroso -, que avança com a liberalização total dos serviços postais. Lamentavelmente, os deputados do PS, PSD e CDS-PP votaram contra esta proposta do PCP.

A Comissão Europeia pretende dar o último passo na concretização plena do mercado interno dos serviços postais, abrindo a totalidade deste serviço público estratégico à concorrência ao nível da União Europeia (UE), colocando fim à chamada "área reservada" (actualmente restringida à correspondência com peso até 50g). O seu objectivo é promover o desmantelamento e liquidação das empresas públicas de serviços postais, entregando este serviço público às grandes multinacionais do sector e à sua lógica de lucro.

Desta forma pretendem finalizar um processo que teve início em 1997, quando se limitou o âmbito da área reservada à correspondência com peso inferior a 350 gramas, seguida da directiva de 2002 que o baixou para as 100 gramas e, a partir de Janeiro de 2006, para as 50 gramas. Uma política que, passo após passo, concretiza o ataque ao serviço público postal.

A maioria do Parlamento Europeu, onde se integram os deputados do PS, PSD e CDS-PP, apoiaram a liberalização total dos serviços postais, apenas adiando a data para a sua concretização de 1 de Janeiro de 2009 para 1 de Janeiro de 2011.

Contrariando os pareceres de diferentes organizações de trabalhadores e de operadores do serviço postal, a maioria do PE fez seus os interesses dos grandes grupos privados que ambicionam controlar este importante serviço público. Mais, está prevista a possibilidade de criação de mecanismos de "compensação de serviço público" a partir de financiamento público, isto é, o grande sector privado, não satisfeito de apenas usufruir da exploração e lucro deste sector estratégico, quer fazê-lo à custa do erário público, que assume os encargos financeiros ditos “não razoáveis" dessas empresas privadas e lhes assegura os lucros.

Tudo isto, à custa das necessidades, interesses e direitos das populações e dos trabalhadores do sector, colocando em causa a coesão territorial, económica e social e abrindo portas ao controlo deste importante sector por grandes multinacionais, nomeadamente estrangeiras.

A actual proposta estabelece ainda que poderão ser criados “serviços de substituição” ao serviço universal (que inclui a obrigatoriedade de uma entrega de correio uma vez por dia, cinco dias por semana a todas as populações) que podem não ter que “cobrir necessariamente todas as características do serviço universal, como, por exemplo, a entrega diária de correspondência ou a cobertura de todo o território nacional”, sendo “suficiente que cubram uma das características dos serviços prestados no âmbito do serviço universal”. Ou seja, abre a possibilidade da entrega e controlo da parte do sector que é rentável, e só a que é rentável, às grandes empresas privadas.

Quanto ao respeito dos direitos dos trabalhadores do sector, o mínimo que se poderá dizer da posição da maioria do PE é que é cínica e que traduz um profundo desrespeito pelos seus direitos, ao não os tornar vinculativos, e reduzindo esta questão primordial à realização de um relatório a concretizar “o mais tardar três anos após a abertura do mercado à concorrência”.

O mínimo que se exige do Governo português é que rejeite, através do veto no Conselho da UE, esta inaceitável proposta da Comissão Europeia e da maioria do PE. Mas, lamentavelmente, o Governo PS, mais papista que o papa, arvora-se em arauto da liberalização deste serviço público em Portugal.

Os deputados do PCP no PE continuarão a bater-se firmemente pela defesa do serviço público postal e pelos direitos dos trabalhadores e das populações.