Partido Comunista Portugu�s
  • Narrow screen resolution
  • Wide screen resolution
  • Auto width resolution
  • Increase font size
  • Decrease font size
  • Default font size
  • default color
  • red color
  • green color
�
�

Liberalização do sector da energia ao nível da UE - Resposta a Pergunta escrita de Pedro Guerreiro no PE
Sexta, 22 Junho 2007
A liberalização do sector da energia persegue vários objectivos. O pacote da Comissão no domínio da energia, de 10 de Janeiro de 2007, refere, nomeadamente, os objectivos de sustentabilidade, segurança do abastecimento e competitividade no sector. Por conseguinte, o êxito da liberalização passada e futura tem de ter em conta a realização de uma série de objectivos e não pode ser avaliado por um único indicador.

Em termos de preços, a liberalização conduziu certamente a uma diminuição dos preços líquidos da electricidade para os consumidores. A diminuição foi especialmente acentuada entre 1998 e 2002. Desde 2004, os preços começaram de novo a aumentar, devido a alguns factores, designadamente o aumento dos preços dos recursos primários (por exemplo, o petróleo), o aumento contínuo da carga fiscal, os elevados níveis de concentração e as repercussões do regime de comércio de emissões (RCE).

Quanto ao regime de propriedade das empresas de energia, o artigo 295.° do Tratado CE obriga a Comissão a adoptar uma posição neutra sobre a propriedade pública ou privada das mesmas, pelo que a Comissão agiu em conformidade. Nos últimos anos, alguns Estados-Membros nacionalizaram de facto parte do sector da energia.
 
Os Países Baixos, por exemplo, adquiriram a totalidade da empresa nacional de distribuição de gás, a Gasunie. Independentemente do regime de propriedade, a legislação da UE confere aos Estados-Membros a liberdade de definirem obrigações de serviço público para 'serviços vitais'. Além disso, prevê ainda salvaguardas para evitar que as empresas abusem da sua posição dominante em detrimento dos consumidores.

Relativamente ao grau de concentração, nos seus relatórios de aferição do desempenho, a Comissão examina regularmente a situação do mercado. Além disso, o inquérito ao sector da energia, publicado como parte do pacote "energia", em 10 de Janeiro de 2007, permitiu obter uma panorâmica detalhada da situação do mercado na UE.

Em particular, os dados revelam que o nível de concentração nos mercados do gás e da electricidade continua elevado na maioria dos Estados-Membros. Todos os indicadores dos relatórios, por exemplo, o número de empresas com 5% de participação na produção, a parte dos três maiores produtores e o denominado índice Hirshmann Herfindahl, apontam para esta conclusão. Através da promoção da integração do mercado e do estabelecimento de condições equitativas na UE, a Comissão pretende suprimir a segmentação nacional dos mercados e reduzir assim a importância dos operadores e o nível de concentração. É necessário instaurar uma concorrência mais efectiva para que os preços no consumidor reflictam os custos reais.

Contudo, a abertura do mercado da energia à concorrência ainda não está concluída. A Comissão prepara novas medidas legislativas para 2007, a fim de assegurar uma abertura eficaz do mercado e garantir que os cidadãos beneficiam das suas vantagens.