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Aumento dos preços dos produtos alimentares na UE e nos países em desenvolvimento - Declaração escrita de Ilda Figueiredo no PE |
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Segunda, 21 Abril 2008 |
O aumento dos preços dos produtos alimentares na União Europeia e nos
países em desenvolvimento tem diversas causas, mas não se pode ignorar
o contributo que é dado pela PAC e pelo desvio da agricultura para a
produção de biocombustíveis.
Várias entidades estão a sublinhar esta questão. Por exemplo, o
Conselho Científico da Agência Europeia para o Ambiente defendeu que a
UE deveria suspender a meta dos 10% de incorporação de biocombustíveis
até 2020. Até o Presidente do Banco Mundial lembrou que há países com
problemas de nutrição e pediu aos produtores de matérias-primas para
biocombustíveis o abandono temporário do seu cultivo. A própria FAO já
alertou para as insurreições sociais por falta de alimentos. Em
diversos países de África e da Ásia há manifestações e graves tensões
sociais provocadas pela falta de alimentos. Jean Ziegler, relator
especial da ONU para o Direito à Alimentação, lembrou que a produção em
massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade, pelo
seu impacto nos preços mundiais de alimentos.
Por isso, menos se entende que a Comissão Europeia tenha confirmado que
se mantém firme no objectivo de conseguir, até 2020, que 10% do
combustível utilizado nos transportes rodoviários seja gerado por
biomassa ou por oleaginosas.
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