Três anos depois da crise de 2008, que arrastou mais 40 milhões de pessoas para a fome, o mundo está à beira de uma nova crise alimentar.
Para a travarmos temos de olhar para as suas causas e atacá-las:
- As políticas agrícolas e comerciais que destroem a pequena e média agricultura, fomentam modelos de produção intensiva de cariz exportador e, por essa via, ameaçam a segurança e soberania alimentares - como é o caso da PAC e da política comercial da UE;
- O aumento tendencial do preço do petróleo, em resultado da sua progressiva escassez, e a elevada dependência da actividade agrícola desta matéria-prima, que há que atenuar;
- O enorme poder das multinacionais do agro-negócio que detêm o monopólio de factores de produção fundamentais;
- A crescente utilização de solo fértil para outros fins que não a produção de alimentos; a usurpação de terra às comunidades locais que nela vivem e que a trabalham.
Sobretudo, há que olhar e atacar a irracionalidade de um sistema desumano, que permite a especulação sobre os alimentos. Há que acabar de vez com os instrumentos financeiros que viabilizam essa especulação - e a UE tem de assumir esta necessidade ou será cúmplice (como já é) das suas consequências.