Foi uma pena que a maioria deste parlamento tivesse perdido mais uma oportunidade para abordar seriamente o problema dos rendimentos dos agricultores e dos desequilíbrios crescentes na distribuição do rendimento ao longo da cadeia de abastecimento alimentar. Fê-lo, rejeitando as propostas do nosso grupo que poderiam, verdadeiramente, acrescentar possibilidades concretas de resolução do problema aos discursos condoídos, que reconhecem o problema, mas que nada fazem para o atacar. Mais do que fóruns e grupos de alto nível para constatar o que há muito sabemos, mais do que a cínica insistência nessa mirífica ideia da “auto-regulação”, eram precisas soluções que constituíssem uma possibilidade de ruptura com as políticas agrícolas e comerciais vigentes, geradoras dos desequilíbrios e das injustiças que, mais uma vez, aqui constatamos.
Lamentamos que a maioria deste parlamento, incluindo os deputados portugueses do PSD, CDS e PS, continuem a rejeitar medidas como: a manutenção do sistema de quotas de produção; o estabelecimento de mecanismos de regulação efectivos na cadeia de abastecimento alimentar; o estabelecimento de tectos máximos para as margens de lucro da negociação, particularmente para os grandes supermercados e as empresas de retalho, tendo por referência o preço pago aos produtores; medias destinadas a terminar com as operações de dumping entre Estados-Membros.