A cada dia que passa, a situação na Faixa de Gaza atinge ainda maior horror, numa dimensão que não pensávamos poder voltar a ver.
Israel intensificou nos últimos dois meses um criminoso e brutal bloqueio total que impede a população palestiniana de ter acesso a água, alimentos, medicamentos e outros bens essenciais. Intensificou bombardeamentos implacáveis, directamente contra a população civil.
A Comissão de Direitos Palestinos da ONU denunciou há dois dias que Israel matou, só desde 18 de Março, 2308 palestinianos, num total de
52.400 mortos e 118.000 feridos, a maioria mulheres e crianças. Este bloqueio desumano imposto por Israel matará ainda mais crianças e mulheres se não for terminado.
Nos últimos dias ouvimos declarações de responsáveis políticos de Israel afirmando a intenção de ocupar integralmente o território e intensificar a agressão militar. Estas declarações traduzem o objectivo de destruição da Faixa de Gaza e a ameaça de Israel de que, ou os palestinianos abdicam da sua terra, ou têm a morte como destino.
Está em risco a vida dos mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza, metade das quais crianças, alvo de uma punição colectiva que resulta
da política genocida de Israel, que continua a agir impunemente e com a cumplicidade dos seus aliados, desde logo os EUA e a UE.
São mais de dois milhões de pessoas, a maioria deslocadas à força repetidamente, que estão numa situação de vida e de morte, em consequência do bloqueio de Israel que viola flagrantemente o direito internacional e os mais básicos princípios da humanidade.
Basta!
Basta de agressão, basta de política genocida, basta de impunidade de Israel!
A UE tem que assumir as suas responsabilidades, desde logo com a suspensão do Acordo de Associação com Israel.
É preciso um cessar-fogo imediato e permanente.
É preciso o acesso imediato à ajuda humanitária.
A Paz no Médio Oriente exige o cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano, exige o cumprimento do direito internacional.
O Parlamento Europeu quis calar esta tragédia em curso, impedindo o debate na última sessão plenária.
Mas é preciso romper o silêncio. E por isso propusemos um debate, já para a próxima sessão plenária, para discutir a grave deterioração da situação na Faixa de Gaza, como resultado da intensificação do Bloqueio imposto por Israel.