Senhora Presidente, as conclusões deste Conselho Europeu são um retrato fiel da União Europeia.
Sobre a militarização da UE, 21 parágrafos de compromissos políticos, investimentos bilionários, calendários acelerados de medidas para concretizar até 2030. Sobre as vias verdes de privilégios aos grupos económicos, apelidadas de competitividade, 28 parágrafos de políticas e medidas para aligeirar regras e exigências, abrir portas aos negócios das multinacionais, para fazer do ambiente e da ação climática mais uma choruda oportunidade de negócio.
Sobre a habitação, dois parágrafos, sem nenhuma ação concreta ou linha de financiamento para as respostas públicas que se exigem para dar resposta a este gravíssimo problema na habitação. E sobre os baixos salários e pensões, os problemas na saúde, na educação ou na segurança social, nem uma palavra.
A acrescentar a isto, nenhum esforço sério para pôr termo ao conflito na Ucrânia, apenas rejeição e obstaculização do necessário caminho da diplomacia, do diálogo e da resolução política do conflito, e a reafirmação pela UE da intenção de promover o prolongamento da guerra, na qual dizem já ter gastado 177 mil milhões de euros.
Isto não é uma União Europeia de costas voltadas para as pessoas, é uma União Europeia com os pés em cima delas.







