Confiança e esperança. São estas as palavras que vos dirijo a todos, a todos aqueles que cá vivem, a todos aqueles que cá trabalham e a todos que, por esse mundo fora, foram à procura da vida melhor que Portugal lhes negou. É verdade. É verdade que há mês a mais para o salário. É verdade que enfrentamos o drama do acesso à habitação, do acesso à saúde, a falta de professores. É verdade que faltam creches, lares, as baixas reformas e pensões e que só com horas extraordinárias e duplo emprego muitas vezes se consegue aguentar a vida.
Mas a força de quem trabalhou uma vida inteira, a força do povo e a força da juventude e, acima de tudo, a força de quem produz a riqueza, colocada ao seu serviço e ao serviço dos seus direitos, é uma força imensa, tal como demonstrou a greve geral. Juntos, rejeitaram o pacote laboral e afirmaram o caminho que se impõe: salários, direitos, dignidade, respeito. Que essa força imensa tome nas suas mãos os seus direitos e imponha de uma vez por todas a política ao seu serviço, tal como está inscrito na Constituição da República Portuguesa.
Para esse caminho, nas eleições para Presidente da República, contamos com o nosso candidato, o António Filipe. Trabalho, direitos, desenvolvimento, soberania, vida justa, progresso e paz. É isso que se impõe e é isso a que temos direito. E é por tudo isso que lutamos com toda a confiança e com toda a esperança.
O nosso problema não é falta de ânimo. O nosso problema não é falta de capacidade. O nosso problema não é falta de meios nem de recursos. O nosso problema é a falta de salários, é a falta de reformas, é a falta de creches, a falta de lares, a falta de acesso à saúde, a falta de médicos, a falta de professores, a falta de habitação. Esse sim, é o grande problema desse ramerrame, como alguns querem dizer. O nosso ramerrame é o ramerrame da precariedade, que querem ainda acrescentar mais o ramerrame dos baixos salários, que querem ainda apertar mais, querem ainda mais horas extraordinárias, mais tempo de trabalho, menos tempo para a vida de cada um e para os seus filhos.
É a este ramerrame que é preciso dar resposta. E a força imensa da luta dos trabalhadores, a força imensa da luta da juventude, a força imensa da luta do nosso povo, já demonstrou e vai continuar a demonstrar que, se empenhada ao seu serviço, se empenhada pelos seus direitos, vai ser possível concretizar a vida melhor a que temos direito. É com essa confiança e é com essa esperança que enfrentamos o novo ano.







