Na sequência de uma intensíssima campanha visando justificar perante a opinião pública a corrida aos armamentos, a reunião de Chefes de Estado e Primeiros-Ministros da NATO realizada em Haia em 25 de Junho, acaba de confirmar e formalizar ao mais alto nível decisões que agravam a tensão internacional, desde logo na Europa, e que aumentam o perigo de conflitos militares de catastróficas proporções.
Particularmente grave é a decisão – exigida pelos EUA e servilmente aceite pelos seus aliados – de aumentar para 5% do PIB as despesas militares pelo que tal representa quanto à escalada militarista desta aliança agressiva e pelo programado desvio para o complexo militar-industrial de recursos indispensáveis à melhoria das condições de vida dos trabalhadores e dos povos.
O PCP rejeita e combate a deriva belicista da cimeira de Haia, deriva que evidencia a real natureza da NATO como braço armado do imperialismo e que acentua a exigência da sua dissolução.
O PCP denuncia a posição seguidista de submissão nacional do Governo PSD/CDS, posição indigna em que está completamente ausente qualquer assomo de brio patriótico (como está bem patente na cedência da base das Lajes para a agressão dos EUA ao Irão), afronta abertamente a Constituição da República Portuguesa e arrasta consigo o perigo de um trágico envolvimento de Portugal nas aventuras militares do imperialismo . O desvio de recursos para a guerra que o Governo se propõe realizar tem a firme oposição do PCP que desde já denuncia as engenharias semânticas e as “contabilidades criativas” com que se procura esconder as graves consequências sociais de uma tal opção.
A agenda da cimeira de Haia foi desenhada para responder às exigências dos EUA e à sua afirmação como potência imperialista dominante, esconder as dificuldade e divergências que atravessam a NATO e, sobretudo projectá-la como “a mais forte aliança da história”, protectora do “Ocidente” e da “ordem mundial com regras” ditada pelo imperialismo a que os trabalhadores e os povos de todo o mundo deveriam submeter-se. O apoio dado pelas grandes potências da NATO e da UE à agressão dos EUA e de Israel ao Irão, assim como a sua cumplicidade com o genocídio do povo palestiniano reveste-se da maior gravidade.
O PCP chama a atenção para que a promoção de uma economia de guerra em que a NATO e a União Europeia estão empenhadas é acompanhado em numerosos países, incluindo Portugal, pelo ataque aos direitos laborais e outros direitos fundamentais e pela banalização e promoção da extrema-direita.
Perante o sério agravamento da situação internacional e os perigos resultantes da corrida aos armamentos que esta cimeira da NATO alimenta, o PCP apela aos trabalhadores, à juventude, ao povo português para darem mais força à luta em defesa da soberania e independência nacionais, pela paz e em solidariedade com todos povos que lutam contra as ingerências e agressões do imperialismo.