Senhor Presidente,
Uma senhora entrevistada em Portugal sobre o aumento dos preços dizia à televisão portuguesa que o pior de tudo é que se fica sem dinheiro para comprar um livro.
Esta frase reflete bem as consequências do aumento do custo de vida. Não é apenas aquilo que deixa de se comprar nas necessidades básicas, é tudo o resto da vida das pessoas que fica comprometido.
E, falando do aumento do custo de vida e, em particular, do aumento dos preços da alimentação, é absolutamente essencial que tenhamos neste debate presentes as duas linhas de solução e de resposta a este problema: aumento de salários e de pensões, melhoria do poder de compra, por um lado; por outro lado, intervenção e controlo dos preços, para que a especulação e o aumento dos lucros dos grupos económicos não determinem o agravamento das dificuldades para quem vive do seu trabalho, o agravamento das dificuldades nas condições de vida do povo.
É a conjugação desses dois elementos, o aumento do poder de compra e o controlo e limitação dos preços, que pode efetivamente dar resposta a este problema do aumento do custo de vida, sem esquecermos que uma parte dos problemas que ficam por responder é precisamente o do apoio a quem produz.
Porque, se hoje os preços dos bens alimentares aumentam para quem os compra, infelizmente eles não aumentam para os produtores, porque as cadeias de distribuição esmagam os preços à produção e também aí é preciso haver uma linha de intervenção.