São de referir algumas boas intenções deste relatório, nomeadamente quando se refere a necessidade dos bancos centrais chegarem às suas próprias conclusões em matéria de avaliação de riscos dos instrumentos financeiros, devendo evitar abordagens mecanicistas, bem como a necessidade do BCE reduzir a sua dependência das notações de risco. Ou a necessidade de eliminar todos os efeitos automáticos decorrentes das notações, combater o monopólio das três agências americanas, limitar a participação de pessoas no capital de mais do que uma agência.
O relatório acaba por se traduzir num grande "nada" final, já que foi esvaziado de algumas propostas mais avançadas. Não reduz o poder político e económico das ANR, a discricionariedade com que o mesmo é exercido e a conflitualidade evidente de interesses que muitas vezes lhe está subjacente.
Os efeitos da acção das ANR não são verdadeiramente afectados, o seu poder e a sua capacidade de alimentação da especulação sobre a dívida soberana ou sobre toda a especulação no sistema financeiro em geral mantém-se. Não é alheia a esta proposta a disputa entre o euro e o dólar, a rivalidade económica entre a UE e os EUA e o facto das três maiores ANR serem americanas. Por tudo isto o nosso voto foi contra.