Intervenção de Paulo Raimundo na Assembleia de República, Reunião Plenária

Quantos problemas ficam por resolver com os 2 mil milhões transferidos para os grandes grupos económicos?

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Apesar dos cúmplices aqui declarados do genocídio em curso, há muito que Portugal devia ter reconhecido o Estado da Palestina e não foi por falta de oportunidade, tantas foram as vezes que o PCP aqui trouxe a questão. 

Os ”Ás”, das agências com que aqui encheu o peito, são todos os dias ”Ás” de aumentos dos alimentos, da eletricidade, do gás, de bens essenciais, “Ás” de aumentos dos preços das casas, das rendas, mas também dos lucros, de muitos lucros para uns poucos.

Para o povo sobra o “Á” de azar de não viver nesse seu país imparável da propaganda e da ilusão.

No País real faltam professores em 78% das escolas, no País real as urgências estão encerradas e todos os dias são empurrados profissionais de saúde para fora do SNS. 

No País real o Governo entrega empresas públicas e vende ao desbarato património do Estado.

E gostaria de lhe dar os parabéns pelo facto a sua política estar a dar resultados. 

O preço das casas continua a disparar, quem consegue comprar paga mais e o cartel da banca encaixa cada vez mais, tudo a funcionar como esperado e vamos ver o que ainda aí virá relativamente ao arrendamento. 

E face a este País real, onde a vida da maioria está cada vez mais apertada, o PSD, o CDS, o Chega e a IL baixam impostos para os que se acham donos disto tudo.

Senhor Primeiro-Ministro, quantas creches e casas ficam por construir, quantos professores, médicos e enfermeiros ficam por contratar, quantos aviões de combate aos incêndios ficam por comprar em resultado da vossa negociata do IRC que transfere 2 mil milhões por ano de recursos públicos para os cofres dos grupos económicos?

O seu Governo, o Partido da “Iniciativa particularmente Patronal” e o “Partido do Chega de direitos para quem trabalha” decidiram, pôr em marcha um pacote laboral vindo dos gabinetes dos grupos económicos.

Uma declaração de guerra a quem trabalha, que teve no passado sábado nas ruas de Lisboa e do Porto, a resposta determinada dos trabalhadores!

Acham que 1 milhão e 300 mil trabalhadores, já hoje com vínculos precários e os milhares forçados aos recibos verdes, vão aceitar ainda mais precariedade e mais contratos a prazo?

É aceitável a compressão dos salários e ainda mais desregulação dos horários?

Acham que os trabalhadores vão aceitar os despedimentos sem justa causa ou o ataque aos direitos das mães, dos pais e das crianças?

O vosso pacote laboral é inaceitável!

Há duas coisas que o Senhor Primeiro-Ministro pode ter como certas.

Quem acompanhar o seu Governo neste assalto a quem trabalha, vai pagar caro a sua opção.

Os trabalhadores vão dar a resposta que se exige e a bem das suas vidas e do País é possível derrotar os seus objetivos. 

O País não avança com os direitos e as vidas de 5 milhões de trabalhadores a andarem para trás.

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