Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Sobre o Ano Europeu do Transporte Ferroviário (2021)

A política de transportes promovida pela UE, e em específico a do transporte ferroviário, é, essencialmente, promotora da liberalização, desregulação e destruição do sector, da sua capacidade de promover uma mobilidade sustentável, ao serviço da qualidade de vida dos trabalhadores, do desenvolvimento económico dos Estados-Membros e da sua coesão social e territorial.

Não bastam as declarações de interesse, envoltas numa retórica grandiloquente sobre os problemas ambientais, os direitos dos passageiros, a mobilidade e a coesão. A prática, enquanto critério da verdade, é a da centralização (de capitais e de rotas), do encerramento de infraestruturas e empresas, da degradação e redução da acessibilidade dos serviços.

A definição de 2021 como o Ano Europeu do Transporte Ferroviário, visando a sensibilização para a importância deste modo de transporte para uma mobilidade mais sustentável, pode ser uma oportunidade efectiva para promover a ferrovia, o investimento nas suas infraestruturas e na capacidade do sector em dar resposta às demandas das sociedades e do seu desenvolvimento. Não no sentido que a UE propõe. Mas no sentido de desmascarar a sua propaganda e afirmar a centralidade de criar, em cada realidade, um serviço público, moderno, interoperativo, integrado no território nacional e na vizinhança, que sirva os interesses da coesão, da sustentabilidade e da qualidade de vida.

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