Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Contacto com trabalhadores da Carnes Nobre

Contacto com trabalhadores da Carnes Nobre

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Nós temos aqui vários problemas nesta empresa, as questões do Salário Mínimo, transversal a todos os rabalhadores.

Temos um problema de precariedade que não se justifica.

As pessoas trabalham aqui todos os dias, todos os dias fazem salsichas.

Se não houvesse necessidade, não havia laboração contínua, portanto não há nenhuma razão para haver trabalho temporário, trabalho precário aqui.

E o problema central dos salários. O que está aqui a falhar é exactamente isso, é criada a riqueza por estes trabalhadores que leva à concentração de lucros por parte da empresa e esses lucros não são distribuídos, essa é que é a questão.

Não são distribuídos pelos trabalhadores, são distribuídos pelos accionistas e por aí fora mas para o bolso dos trabalhadores nada. Só aquilo que é legalmente o mínimo obrigatório.

Ora isto não pode ser, isto é uma justiça.

Não há nenhuma razão para isso.

As pessoas não fazem greve, não se manifestam porque porque lhes apetece. É porque têm razões para isso.

Enquanto houver razões a luta vai ter continuar e vai ter que se intensificar. Não há alternativa.

Qual é a alternativa? Estas pessoas a serem todos os meses espezinhadas, com 760€ de salário mínimo.

Na prática, faz com que façam a gestão da sua vida com pouco mais de 600€, que é em isto que resulta.

Isto não pode continuar. Enquanto não se resolverem os problemas, que são vários os problemas: 

Os salários são uma emergência nacional;

As questões da habitação com que estamos confrontados;

As questões da saúde, estes problemas todos, enquanto isso não se resolver e há condições para resolver, é natural que as pessoas protestem e lutem.

Eu diria, não só é natural como é obrigatório que o façam, porque se não o fizerem...

Dizia ali a um trabalhador, meio a brincar, meio a sério: Já não há costas suficientes para tanto pé em cima. E não pode ser.

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