Senhor Presidente, Senhora Comissária Zaharieva, em Portugal, no concelho de Évora, está neste momento em andamento um projecto para a instalação de uma mega central fotovoltaica que ocupará 1500 hectares, com 1 600 000 painéis solares, destruindo recursos agrícolas, paisagísticos, ambientais e património natural e arqueológico.
Este é um péssimo exemplo da forma como as opções relativamente à política de energia são conduzidas, ou seja, em função dos interesses
do mercado, do lucro das grandes empresas multinacionais que fazem lucros no sector energético, desconsiderando e desprezando os
interesses das populações, do desenvolvimento dos territórios, da coesão.
Este é um exemplo absolutamente flagrante do sentido errado em que vão as opções da política em matéria energética da União Europeia, seja em relação às redes elétricas, seja em relação às questões da produção, da
distribuição e da comercialização.
Senhora Comissária, as populações não estão a ser ouvidas, não estão a participar neste processo, e a sua opinião não está a ser tida em conta. Inclusivamente, já foram dirigidas queixas à Comissão Europeia e apelos para que intervenha neste processo.
Portanto, o apelo que deixamos aqui em relação a este processo é para que intervenha, mas sobretudo para que as orientações políticas sejam outras, que sirvam verdadeiramente os interesses das populações e dos povos.